quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sem final

Espremo quase tudo, não me aparenta completo, mas idéias nunca são. Volto corrigindo meus muitos erros de português que foram sendo largados enquanto o fluxo de meus pensamentos era despejado. Leio e releio, realmente falta algo mas o algo que falta meu cérebro completa, todas lacunas deixadas por minhas palavras são preenchidas por idéias surgidas a partir da leitura do eu, do meu eu, o eu exposto no texto, aberto e destrinchado em palavras cruas, rápidas e diretas. Vou expandindo as idéias mas quanto mais escrevo mais elas se distanciam do inicio, mas elas se afastam do foco, mas assim funcionam as idéias no fim, são meros pensamentos inacabados e desorganizados pipocando na sua cabeça. Sempre completamos idéias com reflexões, nosso fluxo é filtrado, é pensado e posto no papel. Tentamos mas nunca conseguimos deixá-lo incompleto, temos que completar, que intervir, nossos pensamentos nunca saem direto de nossas cabeças, no longo caminho até nossa boca ou mãos ele vai sendo selecionado. Vou finalizando chegando a conclusão, nessa hora leio mais uma vez tentando puxar todo sentido do texto ao final escatológico que tento dar, todo o desfecho  dessa idéia se resume a essa palavra final que sintetiza o texto inteiro, uma palavra me resumindo, me encurtando em menos de uma frase, talvez a inexperiência de minhas palavras ponha em risco toda a idéia, tornando-a banal e inacabada ou talvez essa timidez de minha escrita faça com que eu me despreocupe de regras que não compreendo, e nessa hora que percebo que de novo me estendi demais e já não falo mais sobre a idéia do começo, não mais sobre o vazio entre palavras mas sobre a escrita inexperiente, outras idéias continuaram vindo e eu não soube a hora de parar, me faltam pontos finais pra por no texto, todos eles parecem vir seguidos de mais pensamentos desprovidos de sentido. Fico pensando se isso tudo faz sentido algum ou se meu cérebro coloca sentido e quando vocês chegarem ao fim desse texto vão estar perdidos e desinteressados, mas nunca irei saber. O sentido que fez pra mim não se perde e não importa quantas vezes eu leia, fico perdido nas lacunas, fico preenchendo sem parar, sempre vai estar incompleto, mas talvez o incompleto não seja algo que falte mas sim algo que depois de acabado me caia na mente, mas já não sei do que estou falando, me perdi nos muitos pontos finais que se passaram, e agora a única coisa na minha cabeça são vários começos mas nenhum final.

Um comentário:

  1. talvez seja por isso que ao chegar ao final, eu termino com reticências... dá meio a ideia de continuidade, na cabeça de quem lê, ou na de quem escreve...
    rererer

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