sábado, 26 de fevereiro de 2011

Escape


As bilateralidades da mente fluem em estados absurdos, enquanto altos demais pra perceber coisas a nossa volta  nos vemos num abismo escuro que rodopia interminadamente. Nos desconectamos de nossas realidades  vivendo saltos imaginativos intermináveis através de toxinas que rapidamente são limpas de nosso organismo, mas o que fica depois é o vazio deixado por ela, a falta do abismo que gira, a falta de todos surtos delirantes que  temos enquanto sob seu efeito. Sentimos falta desse mundo e passamos a alternar, a quase viver em ambos até que num ponto só queremos viver em um deles. Todas impossibilidades proporcionadas pelas toxinas passam a nos fazer falta, nos vemos sós e entediados no nosso mundo normal e patético. A falsa insatisfação nos deixa loucos e somos consumidos por um ódio descontrolado pela realidade, ela é simples de mais e limitada demais para seus padrões, não mais sua realidade, é a realidade dos patéticos conformados que se consolam em suas casas com futilidades televisivas, enquanto você se liberta por substancias que te deixam ser tudo que o mundo não permite, até que num ponto sem limites pra cruzar, sem delírios tudo que te resta é afundar numa depressão isolada até que nos últimos fios de lucidez você se dê conta de que o único que se conformava e se alienava era você.

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